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4.0 MILHÕES DE PESSOAS É MUITA GENTE

Estamos perto do epílogo de um episódio, a maior tragédia de saúde ocorrida na existência do planeta Terra.

Surgiu, sem ser convidado, um monstro de morfologia viral, com um poder de devastação inigualável e que derrubou, no exato sentido da palavra mais de 4.0 milhões de pessoas, de todas as idades, condições sociais, sem respeitar nenhum limite geográfico.

Neste momento em que, estamos enxergando a saída do SarsCov20 em nosso ambiente, é chegado a ocasião de colocar em funcionamento todos os pensamentos em rotações aceleradas   para, primeiro, entender o que aconteceu, e após – o mais importante – avaliar como foi a atuação dos profissionais de saúde, notadamente os setores e ambientes laboratoriais.

Nosso chão.

A comunidade científica global foi acelerada para estandartizar testes para detecção do agente infeccioso em todos os lugares onde existissem condições técnicas e científicas para tal. Os primeiros foram na China, onde o surto inicial foi detectado em dezembro de 2019. Cientistas chineses sequenciaram o genoma do vírus, e essas informações genéticas foram compartilhadas com a comunidade científica mundial.

Intercâmbio de informações, um dos valores mais elevados da ciência, sempre a ser respeitado e exaltado.

Nos testes laboratoriais, de modo quase universal, foram adotadas as reações em PCR. Outros países também desenvolveram seus próprios testes. Com sucesso.

TLPs (testes rápidos) também foram utilizados. Num momento de pânico sanitário tudo é admissível. Nesta situação, mais uma vez, ocorreu a comprovação de que, mesmo sendo práticos e fáceis de manusear, jamais poderão ser comparáveis às provas imunológicas e moleculares. As concentrações, tanto de antígenos como anticorpos deverão ser bem mais altas para que aconteça, somente em forma visual, a positivação do material examinado. Portanto, mais úteis nos casos agudos.

Os Laboratórios clínicos devem ficar atentos e preparados:

Ocorrências como a pandemia Covid19 poderão reaparecer, em futuros próximos ou longínquos. Nada nos garante que cepas similares ou parecidas não estejam em fase de “produção”. As lições aprendidas com esse evento devastador indicam que a comunidade científica, de forma global, jamais poderá esquecê-los.

Portanto, manter todos os arsenais engatilhados.

Um dos assuntos mais debatidos nos últimos dias foram os casos de Long Covid, o que indica, de forma inequívoca, que a entidade viral responsável pela infestação ainda está presente, o que cristaliza um novo ponto de interrogação para o futuro. Quem nos garante que novas entidades virais não estão a cominho?

O notável trabalho realizado pelos Laboratórios de Análises Clínicas durante os tempos pandêmicos e após, também deverá ser estendido aos tempos posteriores. Não existem teorias científicas que não passem pela previsão de novas ocorrências similares. Portanto, será importante, tanto para o Laboratório, junto com a Comunidade Científica percorrer um caminho paralelo, tanto de forma institucional, como nas afinidades efetivas e afetivas de todos os momentos.

A importância do Laboratório Clínico, após todos esses pesadelos ficou gravada e prestigiada em todo o ambiente da saúde. Entretanto teremos SEMPRE que manter os faróis ligados e focados, no sentido de realizar um acompanhamento de tudo o que acontece nos ambientes clínicos e sanitários, o mais perto possível.

Pra nós, a notícia nunca poderá vir pela imprensa.

 

IRINEU GRINBERG

Ex.  Presidente da SBAC

irineugrinberg@gmail.com