Diversos sintomas, como febre, dor no corpo e cefaleia, são comuns em infecções causadas por arbovírus, especialmente o vírus da Dengue, e síndromes respiratórias agudas graves (SRAGs), dificultando o diagnóstico clínico. A prevenção das infecções em geral e o diagnóstico rápido e preciso são essenciais para aumentar o controle das doenças, reduzir a morbimortalidade e otimizar o uso dos recursos de saúde. Nesse sentido, a suspeita do diagnóstico clínico deve ser confirmada por meio do diagnóstico laboratorial.
O diagnóstico laboratorial da Dengue e SRAGs está disponível no SUS, tanto na atenção primária quanto na rede de laboratórios da vigilância em saúde e ambiente, além da rede privada. São oferecidos dois tipos de testes: os rápidos, para triagem, e os confirmatórios, com maior precisão, realizados em laboratórios estruturados. Ressalta-se, no entanto, que a coleta da amostra para detecção do vírus deve ser preferencialmente feita até o 5° dia do início dos sintomas da doença, enquanto a pesquisa de anticorpos deve ser realizada a partir do 6° dia.
Embora o Ministério da Saúde tenha incorporado a vacina Qdenga contra a Dengue no SUS, ela requer duas doses e terá sua distribuição limitada devido à capacidade de produção do laboratório Takeda, reduzindo seu potencial de prevenção coletiva para este ano. Portanto, a medida mais eficaz para a prevenção da Dengue e outras arboviroses continua sendo o controle do vetor, evitando os focos de proliferação do mosquito Aedes Aegypti.
No que diz respeito às doenças respiratórias, como influenza e COVID-19, cuja sobreposição com as arboviroses é mais comum nos meses de outono, o diagnóstico também está disponível no SUS e na rede de laboratórios. A prevenção é realizada especialmente por meio da vacinação, igualmente disponibilizada pelo Ministério da Saúde. Considerando o significativo aumento de casos de Dengue em várias regiões do país e a esperada sazonalidade das infecções respiratórias no início do outono, especialmente nos estados do Sul do país, seria oportuna a antecipação da vacinação contra influenza e a ampliação do reforço para a COVID-19.
Texto do Dr. Pedro Almeida da Silva – Membro da Comissão de Publicação da SBAC
@pedroalmeida_rs