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Alterações laboratoriais em pacientes com Covid-19

O laboratório de análises clínicas tem papel central no diagnóstico e monitoramento da doença coronavírus-19, COVID-19.

O teste molecular que detecta o ácido nucléico do viral é o método padrão-ouro para a pesquisa de SARS-COV-2 e confirmação de casos. A testagem pode dar resultados falso-negativos pela baixa sensibilidade do método, erros técnicos ou coleta de amostra insuficiente. Pacientes infectados podem levar 6 dias para terem resultados positivos pelo teste molecular, razão pela qual o isolamento social é tão importante.

Os testes sorológicos serão fundamentais para detecção de anticorpos IgG específicos contra o vírus em uma população já exposta e assintomática, permitindo assim um inquérito epidemiológico e a identificação de portadores assintomáticos. Os testes disponibilizados no mercado devem garantir boa sensibilidade para evitar resultados falso-negativos e boa especificidade para evitar reações cruzadas.

Alterações em outros exames laboratoriais podem estar presentes em pacientes com COVID-19.

As alterações de maior destaque são: (frequência de casos)

• Linfocitopenia – (83,2%)
• ↑ de proteína C reativa (PCR – (60,7%)
• ↑ da desidrogenase láctica (LDH) – (41,0%)
• ↑ do dímero D – (43,2%)
• ↑ de AST – (22,2%)
• ↑ de ALT – (21,3%)
• ↑ da velocidade de sedimentação de eritrócitos (ESR)
• ↓ da concentração sérica de albumina

Alguns parâmetros hematológicos podem auxiliar na previsão e no acompanhamento da progressão da doença para quadros mais graves:

• Surgimento de Leucocitose e Neutrofilia
• Agravamento da Linfocitopenia
• Surgimento de Trombocitopenia (36,2%)

Foi observado um aumento significativo do volume celular dos monócitos (MDW, parâmetro inovador disponível em poucos modelos de equipamentos hematológicos), especialmente nos pacientes com piores condições clínicas. Os testes de coagulação são muito importantes pois o aumento do Tempo de Protrombina e dos níveis de dímero D se constituem como preditores significativos da gravidade da doença e reforçam a possibilidade da Coagulação Intravascular Disseminada (CID) como uma das complicações mais graves na infecção pelo COVID-19.

Os fatores prognósticos mais importantes para doença grave foram os seguintes:

Outras alterações laboratoriais observadas, especialmente nos pacientes com doença grave, foram concentrações aumentadas de interleucinas (IL6 e IL10). A IL6 tem sido apontada como um marcador mau prognóstico, juntamente com o dímero-D.

Fontes:

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WHO. Novel Coronavirus (COVID19) Situation Report-23. 2020

Autores: Marcos Fleury e Mauren Isfer