A tuberculose (TB) é uma das doenças que mais matam pessoas portadoras do vírus HIV, segundo o Ministério da Saúde. Os exames convencionais para detectar a doença levam tempo e nem sempre são exatos para pessoas com HIV. Para se ter ideia, pessoas que vivem com o vírus têm entre 20 a 30 vezes mais chances de desenvolverem tuberculose ativa do que os demais, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
Porém, um estudo realizado pela Faculdade de Medicina Tropical de Liverpool promete ajudar no diagnóstico precoce da tuberculose em portadores do vírus HIV, podendo antecipar o tratamento e diminuir a taxa de mortalidade das pessoas infectadas. A equipe da instituição fez uma avaliação para analisar a exatidão de um exame de urina neste caso específico de portadores de HIV com maiores tendências a desenvolver tuberculose.
O exame é realizado através da coleta de urina e será feita uma análise do escoamento lateral do lipoarabinomannan (LF-LAM), um componente da parede celular das microbactérias que está presente em algumas pessoas com TB ativa. O exame é fácil de realizar, não requer nenhum tratamento especial e o resultado fica pronto em aproximadamente 25 minutos.
A equipe responsável pelo estudo realizou o exame em doze pessoas, sendo seis tendo a LF-LAM avaliada para o diagnóstico de tuberculose e que já apresentavam os sintomas, enquanto as outras seis foram avaliadas como uma forma de combater a tuberculose examinando pessoas portadoras do vírus HIV, independente de apresentarem os sintomas.
Nas pessoas com HIV positivo que apresentam os sintomas de tuberculose, a LF-LAM apresentou uma sensibilidade média de 45% e 92%. Com base nestes resultados, se um grupo de 1.000 pessoas soropositivas, onde 30% realmente têm tuberculose, a LF-LAM identificará 135 destas pessoas com a doença e passará o diagnóstico que 165 pessoas estão infectadas. Para as 700 pessoas que não têm tuberculose, o exame identificará corretamente que 644 delas não portam a doença, mas dirá erroneamente que 56 delas estão infectadas.
Sem dúvidas, a sensibilidade do teste é maior com as pessoas com baixa contagem de células CD4. “Se a LF-LAM é utilizada para o diagnóstico ou a detenção, tem uma baixa sensibilidade para o diagnóstico da tuberculose. Com certeza, em pacientes com HIV positivo e com uma contagem baixa de CD4 e que estão gravemente doentes, a LF-LAM pode ajudar para o diagnóstico de tuberculose”, afirma Karen Steingart, autora principal do estudo.