Uma cepa inédita de meningite foi isolada e identificada pela primeira vez no estado por pesquisadores do Laboratório Central do Rio Grande do Sul (IPB-Lacen) da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps). A variação da bactéria Neisseria meningitis – que é a maior causadora de casos da doença no país – foi identificada pela primeira vez, no Rio Grande do Sul, em uma criança de 3 anos.
A descoberta permite que a vigilância epidemiológica passe a monitorar e acompanhar os novos grupos circulantes. A bactéria Neisseria meningitis é classificada em 12 sorogrupos, sendo os mais frequentemente encontrados no Brasil os grupos B, C, W e Y. O grupo X, ao qual pertence a nova cepa, tem pouca circulação, sendo que os últimos relatos foram registrados em Minas Gerais (2000), Argentina (2012) e São Paulo e Argentina (2013). Esta é a primeira vez que a cepa é identificada no estado.
De acordo com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde, no entanto, a cepa rara encontrada não difere das demais na gravidade, nos sintomas ou no tratamento e não representa “risco maior à saúde pública”, segundo afirmou a diretora do órgão, Marilina Bercini, sendo um caso de meningite como qualquer outro. A expectativa é que, como o grupo X é muito incomum, é improvável que seu aparecimento no Rio Grande do Sul represente um fator de risco. O acompanhamento de possíveis novos casos, segundo a diretora, deverá ser feito de forma padrão, sem necessidade de esquema especial.
A cepa foi identificada através da análise do líquido cefalorraquidiano da criança, cujo município de domicílio não foi divulgado, mas que já passou pelo tratamento e está bem. O Laboratório de Referência Nacional (Instituto Adolfo Lutz IAL/SP) colaborou na confirmação dos resultados.