Um grupo de cientistas liderados pelo argentino Facundo Batista, do Fracis Crick Institute, em Londres descobriu um método para desenvolver rapidamente anticorpos humanos específicos em laboratório, o que pode ajudar a combater doenças infecciosas e até o câncer, segundo um artigo divulgado na revista Journal of Experimental Medique. Essa descoberta pode acelerar a produção de anticorpos para tratar um amplo espectro de doenças e facilitar o desenvolvimento de novas vacinas.
Atualmente, o método de desenvolvimento de vacinas implica coletar amostras da doença e a criação de um antígeno, mediante ao crescimento dos vírus em células primárias, o que representa conseguir essas mostras de doadores infectados e isolar depois o antígeno das células usadas para criá-lo.
Os pesquisadores conseguiram replicar esse processo no laboratório ao produzir anticorpos específicos dessas células isoladas das amostras de sangue. Assim, a produção desses anticorpos seria possível em um período mais curto, in vitro, e sem a necessidade de vacinação ou doação de sangue de pessoas recentemente infectadas.
No entanto, além do encontro com um antígeno concreto, as células precisam de um segundo sinal para começar a desenvolver esses anticorpos. Isso pode ser obtido por pequenos fragmentos de DNA, chamados CpG oligonucletídeos, que ativam a proteína TLR9. Para isso, os cientistas conseguiram produzir anticorpos específicos graças ao tratamento de células infectadas com nanopartículas com CpG oligonucletídeo e o antígeno apropriado em poucos dias no laboratório.
Como consequência, o procedimento não depende que os doadores tenham sido expostos a esses antígenos previamente. Os pesquisadores conseguiram, por exemplo, gerar anticorpos contra o HIV em células isoladas de pacientes sem HIV.