A FDA (Administração de Drogas e Remédios, na sigla em inglês) dos Estados Unidos autorizou a farmacêutica Gilead a utilizar o medicamento remdesivir no tratamento de pacientes com a COVID-19. O anúncio foi feito pelo presidente Donald Trump na tarde desta sexta-feira (1º).
A autorização vale para uso emergencial. A FDA afirmou que é “razoável” acreditar que os benefícios do medicamento superar os riscos para o tratamento de pacientes hospitalizados com casos graves de COVID-19.
O vice-presidente Mike Pence anunciou que um milhão de doses serão distribuídas a hospitais americanos a partir de segunda (4). Um dos benefícios esperados é que o medicamento reduza o tempo de internação dos pacientes, contribuindo para evitar o colapso do sistema de saúde.
“Baseado na revisão dos dados principais do teste conduzido pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, que foi aleatório, cego e controlado por placebo, e pelo teste aberto e patrocinado pela Gilead, que analisaram diferentes duração do remdesivir, é razoável acreditar que os potenciais e conhecidos benefícios do RDV superam os potenciais e conhecidos riscos da droga para o tratamento de pacientes hospitalizados com casos severos de COVID-19”, escreveu Denise Hinton, cientista-chefe da FDA.
A FDA, no entanto, estabeleceu algumas condições. A distribuição será controlada pelo governo, sendo que a farmacêutica deverá abastecer distribuidores autorizados ou as próprias agências governamentais, a quem caberá distribuir o medicamento a hospitais ou outras instituições de saúde.
A agência também determina que o medicamento só possa ser usado para tratar adultos e crianças que tenham tido diagnóstico confirmado para COVID-19 e estejam com complicações graves, requerendo respiração mecânica.
No Brasil
Em nota, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirma que está em contato com a farmacêutica Gilead “a fim de acompanhar a evolução dos estados em andamento para o medicamento”. “Embora os resultados observados em análise de uso compassivo sejam encorajadores, os dados ainda são limitados”, ponderou a agência.
A Anvisa afirmou que não há, até o momento, pedido de registro do medicamento no país. “Caso o benefício do medicamento se comprove, a Anvisa possui mecanismos, como anuência de uso em programa assistencial e priorização de registro, para garantir o acesso célere do medicamento à população.”
O Ministério da Saúde também se manifestou por meio de nota e disse que acompanha os estudos.
“O antiviral Remdesivir está entre os medicamentos que tem sua eficácia estudada no combate ao coronavírus através de uma pesquisa conduzida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), da qual o Ministério da Saúde do Brasil faz parte, por meio da Fiocruz”, diz a pasta.
“Diariamente, o Ministério da Saúde reúne evidências descritas na literatura nacional e internacional em um documento, que pode ser acessado aqui e que pode subsidiar gestores e profissionais de saúde na tomada de decisão”, declara o ministério, que termina afirmando que existem investimentos de R$ 50 milhões no financiamento de pesquisas para onze linhas temáticas relacionadas ao coronavírus.