A jornalista Salette Lemos, especialista em macroeconomia, finanças, teoria econômica, comércio exterior, dívida pública e economia ambiental pela Fundação Getúlio Vargas, discutiu “Desafios da gestão no atual cenário econômico”, na palestra magna da tarde desta terça-feira (13), no 44º Congresso Brasileiro de Análises Clínica. A palestra foi uma iniciativa do laboratório DB.
O presidente da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), Luiz Fernando Barcelos, abriu a palestra destacando a tradição do CBAC em oferecer além de atividades científicas e exposição de negócios, debates com temas diferenciados que sejam de interesse dos profissionais da área de análises clínicas.
Na palestra, Salette Lemos destacou que o momento de crise que o país enfrenta é uma oportunidade para mudanças profundas. “Vivemos um momento ímpar, em que a sociedade brasileira está se conscientizando. A ditadura da ignorância resulta em muita manipulação. É preciso que tenhamos mais conhecimento do que informação para sair ignorância. Conhecimento gera atitude e discernimento”, disse.
Para a jornalista, a atual crise econômica é consequência de problemas econômicos enfrentados pelo país desde 2011 e se agravaram nos últimos anos. Ela comparou o desenvolvimento econômico do Brasil como o de país como os Estados Unidos e Japão e mostrou que em 2010, quando as principais potências do mundo enfrentavam graves problemas em função da crise mundial de 2008, o Brasil estava em expansão, porque aproveitou as oportunidades que surgiram diante da conjuntura.
“O PIB brasileiro cresceu 7,5% em 2010, período em que 49 milhões de brasileiros se tornaram consumidores, se gerou emprego e renda nos país. Porém o Brasil se endividou, mas não investiu, mesmo crescendo economicamente. Saímos da 5ª posição para 9ª entre as maiores economias do mundo”, disse.
Para ela, a saída para o país voltar a crescer é encarar a crise como oportunidade, cortar gastos e fazer investimentos. “São nos momentos de crise que devemos investir e arriscar. Precisamos fazer cortes de gastos, mas preservando os investimentos. Podemos começar cortando os excessos, como reduzindo o número de deputados e senadores ou o número de Ministérios”, destacou.