Um time de cientistas do Centro de Pesquisas de Infecções da Alemanha e da Universidade de Bonn (também, na Alemanha) desenvolveram ensaios otimizados para testes de zika já existentes, de forma que sejam capazes de detectar RNA do vírus mesmo em baixas concentrações nas amostras de sangue e urina de pacientes infectados. A acuidade dos testes é de fundamental importância não apenas para o diagnóstico e tratamento de pacientes individuais, mas também para o monitoramento e pesquisa do grau de alastro do vírus entre as populações.
As novas abordagens foram pesquisadas após os cientistas notarem que, apesar de aparentemente eficazes, notou-se que numerosos casos de infecções por zika não foram identificados pelos testes correntes. A equipe, então, decidiu reduzir ao máximo a imprecisão do diagnóstico, inicialmente comparando os testes para PCR mais comumente usados para sensitividade. O que se viu confirmou as suspeitas iniciais da equipe, de que nem todos os seis testes atualmente utilizados são sensíveis o suficiente para detectar níveis baixos de concentração do vírus.
Mas não foi só: os pesquisadores notaram também que nem todas as estirpes do zika vírus são detectadas de forma uniforme pelos testes, limitando a capacidade de comparação dos testes. A equipe chegou à conclusão de que entre 20% a 80% dos pacientes podem ter falso diagnóstico se este não for confirmado posteriormente por análise genética.
Como resultado, os pesquisadores desenvolveram dois testes de PCR otimizados, assim como um calibrador, que não apenas é capaz de validar ou não o teste sorológico como também quantificar o RNA viral presente na amostra. O calibrador, por sua vez, basicamente é um RNA sintético que carrega em si todas as diferentes marcações virais do RNA utilizado dos testes PCR convencionais. Com isso, os cientistas alemães mostraram que os testes PCR não são necessariamente confiáveis.
Os pesquisadores já disponibilizaram os resultados do estudo gratuitamente antes mesmo de sua publicação no boletim online da Organização Mundial de Saúde (OMS), no dia 16 de abril, de forma que todos os protocolos e o calibrador podem ser encomendados sem qualquer ônus – seguindo o acordo segundo o qual em situações de surto todas as partes envolvidas devem disponibilizar seus dados o mais cedo possível para agilizar a rapidez dos diagnósticos. O estudo teve o apoio da DZIF e da União Europeia.