Pesquisadores do Instituto de Pesquisa do Câncer, em Londres (Inglaterra) desenvolveram um método rápido, acessível e de abordagem simplificada para o teste genético do câncer de ovário, permitindo personalizar com mais facilidade o tratamento deste tipo de câncer. Os resultados foram publicados na edição do dia 13 de julho de 2016 do periódico Scientific Reports.
Os cientistas conseguiram elaborar uma nova abordagem eliminando deficiências de acesso atuais através da realização de testes em cascata utilizando testes de suscetibilidade para o câncer de mama (BRCA, na sigla em inglês) também nos familiares dos portadores.
A pesquisa envolveu 207 mulheres com câncer de ovário não mucinoso entre julho de 2013 e novembro de 2014. A nova metodologia reduz consideravelmente, não apenas o número de visitas hospitalares, mas também o tempo de conclusão do exame, facilitando o seu uso na tomada de decisões clínicas assertivas.
Em ambas as formas de realização de exame de BRCA utilizadas – Sanger Sequencing e Multiplex Ligation-Dependent Probe Amplification (MLPA) – as mutações genéticas foram independentemente verificadas através de uma segunda alíquota de DNA. A mesma metodologia foi aplicada nos testes preditivos com os parentes e todos os que apresentaram mutação positiva tinham exatamente a mesma mutação que havia sido identificada na probanda.
Dessa forma, os resultados dos testes foram úteis para decidir o tratamento de 4/5 das pacientes, incluindo 32 delas que apresentaram mutação do câncer de mama (BRCA). Muitas destas, inclusive, tornaram-se então elegíveis para novos medicamentos de precisão adequados apenas para mulheres com câncer de ovário relacionado ao de mama.
De acordo com os pesquisadores, o estudo demonstra como o teste do gene do câncer de mama pode beneficiar as portadoras de câncer de ovário, não apenas permitindo que o tratamento possa ser adaptado à sua genética individual, mas também melhorando o nível de informação sobre o risco de câncer a seus familiares.